segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que preciso para ser feliz?

Com a data da viagem marcada e a expectativa em conseguirmos alugar nosso apartamento era preciso concentrar-se em algo exaustivo: a mudança.
Depois de consultarmos algumas empresas de mudança, verificamos que financeiramente, não compensaria levar os móveis e eletrodomésticos daqui do Brasil. Para se ter uma ideia, gastaríamos algo em torno de U$$ 9 mil.
Em um primeiro momento, pensamos em guardar todos os eletrodomésticos, os móveis, e os objetos de uso pessoal mas com o passar dos dias, optamos por não levar praticamente nada...Vou explicar:
Estamos tentando alugar nosso apartamento mobiliado, isso eliminaria 70% dos meus problemas pois eu não teria de guardar camas, móveis do escritório, móveis das salas de estar e jantar, lavadoura de louças e lavadora de roupas. Caso não consigamos alugar para alguém que queira mobiliado teremos de guardar todos esses objetos mas isso é uma outra história....aguardemos.
Começamos a viver a mudança ontem, a cada gaveta que abríamos, a frase e o sentimentos eram os mesmos: pra que tanta coisa?
Não usamos nem 10% das coisas que temos em casa...são potinhos, lacinhos, caixinhas, louças, travessas, jogos e jogos de toalha, lençóis, edredons, cobre leitos, vasos, eletroeletônicos...ufa!
Foi muito engraçado, estávamos começando a "farra do boi", e o Gustavo disse assim: "amor assim que agente terminar eu quero...", confesso que nem escutei o restante da frase, só pensei "terminarmos, ahã".
Fizemos quatro pilhas (me senti em um daqueles realittys americanos): guardar, doar, vender, jogar. Graças a Deus nossa pilha de doar está bem robusta mas a de vender nem se fala!
E lá vamos nós de novo, fazer um catálogo com os produtos: batedeira, torradeira, pipoqueira, adega, máquina de pão, panela elétrica, grill etc. 
Já estão nos chamando de garotos polishop, isso sem falar nas piadas: tem tak gold também? E as meias vivarinas vem junto?
Vocês devem estar pensando: tá, ok, mudança gera movimento e toda essa bagunça que vocês estão falando e???Qual a novidade?
Realmente nenhuma, a não ser a alegria e a felicidade por saber que o que realmente precisamos para ser felizes cabe dentro de uma mala. Que na verdade é muito legal você ter uma casa toda aparelhada de eletrodomésticos, eletrônicos e um enxoval de dar inveja mas que o que conta é outra coisa!
Me dei conta, que o que valeu foram as vezes que usei aquela louça recebendo amigos, que a graça foi ver algum convidado tentando esconder a mancha de vinho na toalha de renda renascença. Foram os bons momentos que passamos nesse apartamento, as conversas duras mas necessárias que tivemos de ter, a alegria do reencontro, a cumplicidade, o silêncio, os sonhos...
Certamente a medida que os móveis forem sendo levados, essa casa será apenas mais uma a espera de outras histórias, de novos sonhadores, testemunha de lutas, conquistas e recomeços...
Percebi que  o choro ao telefone com a minha querida amiga rabugenta (ela sabe quem é!), não era por conta do cansaço, ou por que eu teria de empacotar a minha vida, parte do meu enxoval e das minhas coisas pessoais,  mas era por que eu me dava conta que durante muito tempo eu achei que eu precisava de muito para ser feliz e eu, naquele momento, juntamente com o Gustavo, percebia que lá em Plano a casa seria diferente, certamente sem metade das coisas que temos aqui, mas que teríamos um ao outro e a vontade e os sonhos de construir um novo lar! Isso eu troco por todos os meus "tesouros".
Enquanto esse dia não chega, continuamos aqui, fascinados pelos milagres do plástico bolha, tentando manter a pilha de doar maior que a de guardar e cheios da alegria de saber que é preciso muito pouco para ser feliz!
Continuamos na jornada!
Um beijo grande,
Veri 

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