terça-feira, 30 de agosto de 2011

A saudade.

Hoje, voltando pra casa resolvemos passar no andar de baixo e dar um beijo na nossa pequena. A mãe, disse à ela: "você sabia que o tio Gu e a tia Veri, vão se mudar?" Ela, com toda destreza de uma criança de três anos respondeu: "eu vou junto!".
Com toda certeza ela não irá, assim como também não irão muitas outras pessoas que são tão importantes para nossas vidas.
Confesso que ainda não havia pensado nisso. Conversando com todas as pessoas que moram foram do país sempre tivemos o mesmo relato: "aqui só o que mata, são as saudades!"
Uma mineira, que está em Plano me disse assim: "aqui tem pão de queijo, café e até quiabo! só não tem a possibilidade de pegar o carro, o avião e correr pra casa da mãe!"
Imagino que para uma mineira, o pão de queijo e o quiabo são itens quase que indispensáveis e que de certa forma, devem ajudar a amenizar as saudades de casa, da mãe, do pai, da vó e dos amigos...
Relatei em um outro post que o santo google tem nos ajudado muuuuito, mas é estranho como, por mais que o virtual tente, ele não consegue em nada se aproximar do real.
Por mais que tenhamos facebook, orkut, msn, skipe etc tenho me dado conta que nada disso compensa o verdadeiro aconchego de um abraço, o calor de um beijo e a cumplicidade de um olhar.
Estava aqui pensando que sentirei muitas saudades dos churrascos na casa da vó, das doideras que só minha mãe consegue aprontar, da calma do meu irmão, dos amigos, dos alunos, enfim... de todos!
Acho que sentirei saudades até mesmo das situações que me tiram tanto do sério!!!
Hoje uma aluna do sétimo ano me disse assim: "Professora, eu soube que o pai de fulana morreu. Eu não consigo imaginar como é que seria se eu nunca mais pudesse falar com meu pai".
Pois é, muitas vezes só nos damos conta que "perdemos" alguém quando esta não está mais ao nosso lado nos apoiando, nos ajudando ou até mesmo nos aporrinhando!
Se bateu arrependimento? 
Não, afinal "a distância não é má, ela apenas nos mostra o quanto é bom estarmos juntos!"
Vejo que de todo esse processo preciso tirar mais uma lição: será que dou o verdadeiro valor e a verdadeira atenção aos que merecem? Será preciso viajar mais de 8 mil quilômetros e ter de ficar meses sem "ver" uma pessoa para perceber o quanto ela me é importante?
Não sei vocês, mas eu tenho percebido com todo esse processo de mudança (leia-se doidera a quinta potência) o quanto tenho perdido tempo e gasto energia em olhar para uma série de situações que só me desgastam e não tenho olhado as belezas e alegrias que a vida me oferece.
A foto do post de hoje foi tirada por mim há alguns dias. Uma das minhas orquídeas fazia mais de uma semana que estava com flores e eu não tinha reparado.
Foi preciso que minha faxineira me falasse: "Você viu que beleza de flor?" "Flor? Que flor?" 
Será que a vida não tem lhe oferecido flores? 
Saudades, 
Veridiana Nilson


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